OVÍDIO ALVES DINIZ, natural de Equador, Estado do Rio Grande do Norte, nascido no dia 14 de novembro de 1920, na zona rural
de Equador-RN. Trabalhava no campo, na agricultura, ouvia falar numa guerra
distante, mas nunca imaginei que poderia participar um dia.
Quando recebi a carta de convocação, fiquei aperreado,
desnorteado, pois ouvi falar que quem ia para a guerra não voltava mais e o
Exército viria procurar que se escondesse e os pais teriam que dar conta dos
filhos fugitivos. De Equador fomos eu e mais três para Natal num carro chamado
"sopa". Me apresentei em Natal e fiquei morando no quartel, onde
recebi fardamento e fiquei ouvindo notícias da guerra
Minha família achava que eu não voltava mais, eu era solteiro
e não tinha mãe, meu pai me disse que nós iríamos ter toda assistência médica e
remédios no Exército: "um homem deve servir pra tudo" dizia meu pai.
Meus parentes choraram quando recebi a carta de convocação. Pensei em não ir,
mas não teria nenhum futuro em minha terra natal, então resolvi arriscar.
Lá no quartel, onde passei 2 anos, a vida era puxada, tinha
muitos superiores chatos que nos mandavam fazer várias coisas. O treinamento de
manhã era instrução de guerra no mato, das 7 às correndo, treinando, às 12h tinha ordem unida.
As instruções eram chatas, o que eu achava melhor era a comida. Comíamos à
vontade, pela manhã escolhíamos chá ou café. O almoço era muito bom, tinha
muita comida. Cheguei lá com 50 kls e logo fiquei com 70 kls. Durante minha
estada no quartel, o capitão me deu 6 dias para visitar minha família, mas eu
não quis por causa da seca no Seridó
FONTE - RANIELLI CAVALCANTE DE MACEDO
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